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«Sentado debaixo de um telhado invisível, pálida lembrança de um passado demasiado perto do olhar, mas profundamente longínquo de um futuro por percorrer, olhava para o céu como quem lia nuvens e tacteava o horizonte como quem escrevia dias.
O caderno caía várias vezes, tombava como o prelúdio anunciador da noite quando as mãos que sustentam o dia se erguem às memórias. E memórias eram o que lhe bailava no olhar, frequentemente húmidas pelo orvalho que o inexistente coberto não conseguia desviar.
Quem visse, com olhos de perscrutar, aquela figura abandonada por si mesma não saberia outro nome que lhe chamar além de Tralhão.»
Tralhão, personagem fictícia, mas não menos real, vive num apeadeiro de uma linha férrea que lhe corre no destino e, talvez por isso, de lá nunca se conseguiu apear.
Sem viajar, recolhia dos olhares dos passageiros das composições que por lá passavam as paisagens de limites que ele nunca cruzou, terras que nunca viu nascer sob o horizonte e, assim, trocava as letras que escrevia pelos mundos que lia nos viajantes.