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Merda para esta vida de paz,
diria, se fosse escritor naturalista:
porque, já agora, tanto me faz
comer um bife ou simplesmente alpista.
Com esta desembaraçada franqueza, o poeta Eugénio Lisboa enfrenta, desabafa, ri-se e faz-nos rir deste perigoso mundo em que um vírus nos pôs a viver.
Poemas em Tempo de Peste não é só um livro de poemas, é uma aventura em que se fundem literatura e vida. Ah, mas fundem-se com um grande sentido lúdico e um melancólico langor, que tanto toca em Camões, Eliot ou Almada, como no sabor a paraíso de uma África que já foi, porque «o passado sempre conta / quando o vírus já desponta!»
À mesa destes Poemas em Tempo de Peste, são chamados a sentar-se os grandes do mundo. De um Trump «fodido», diz Eugénio Lisboa, «Que chatice se ele ficasse / no governo e nos lixasse», para logo se espantar com a nossa presidente do Banco Central Europeu:
A Senhora Christine Lagarde
acha que os velhos vivem demais;
pra que a economia se resguarde
há que apressar os ritos finais.
A política nacional merece outros mimos a Eugénio Lisboa. Como este mimo escatológico a um partido exuberante:
Fala o CHEGA como bufa,
não conhece outro falar:
quando tenta uma chufa,
fá-lo como a evacuar!
Os Poemas em Tempo de Peste de Eugénio Lisboa tanto cantam o admirável Pinto da Costa em decassílabos (não murchos) «com umas rimas do caraças», como lançam farpas a alguns escritores de que não dizemos os nomes: cuidado com os rapazes!