Defina as suas preferências de cookies para este website.
Este website utiliza cookies estritamente necessários, analíticos e funcionais, para lhe oferecer uma boa experiência de navegação e acesso a todas as funcionalidades.
Os cookies necessários são cruciais para as funções básicas do site e o site não funcionará da maneira pretendida sem eles
Os cookies analíticos são usados para entender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre as métricas do número de visitantes, taxa de rejeição, origem do tráfego, etc.
Os cookies funcionais ajudam a realizar certas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de social media, coletar feedbacks e outros recursos de terceiros.
Os cookies de marketing são usados para entregar aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que eles visitaram antes e analisar a eficácia da campanha publicitária.
De aguardente velhíssima em punho, Bento Kissama metralha o teclado, acordando memórias da Guerra Ci¬vil Angolana, na qual se bateu, disparou obuses e ma¬tou sem vontade. Escreve-as no seu refúgio de Olhão, um albergue comprado com dinheiros herdados e la¬vados, onde enriquece, engorda e seduz turistas com cio. O acaso, porém, coloca-o na encruzilhada de uma correspondência tão inesperada como inquietante, pro-vocando-lhe delírios filosófico-etílicos que rondam a loucura. Para reconquistar o equilíbrio perdido, regres¬sa a Angola, onde desaparece, deixando três cadernos nas mãos de um editor. Gilberto, jornalista freelance, esquadrinha-lhe o manuscrito deparando-se, banzado, com um friso de personagens improváveis: o autor, um macaense amigo de infância, uma freira à solta, um bosquímano combatente, um soldado sul-africano das forças especiais e sua irmã, um sombrio agente da po¬lícia política, entre outros, mostrando-lhe que as cores da aventura humana são o oposto de um filme em tons de cinza.