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Reedição do volume originalmente publicado em Coimbra, em 1955, onde Miguel Torga deixa as suas impressões sobre a ex-colónia, onde passou vários anos, e a sua relação com Portugal.
Íntimo e apaixonado pelo Brasil, onde viveu intensamente a perceção do futuro da maior realização colonial portuguesa, começa com estas palavras: "Portugal devia fazer com o Brasil o que certos autores exigentes fazem com os livros que escrevem: refundir sempre que possível a versão original." Com este ponto de partida, a sua imaginação criadora enriqueceu a correspondência com Ribeiro Couto, de que publicou uma carta com que fecha o volume, e da qual retiro este parágrafo, referente às diferentes migrações, em que avulta a portuguesa: "deixaram de ser o que eram, e amam o que as fez diferentes. Aceitar uma vida sem passado, eis a grandeza dos povos americanos. Do povo brasileiro em particular, que não tem uma pedra carcomida onde repouse a memória. O estímulo só lhe pode vir do futuro que construir. Não calculas o respeito que senti por certos camaradas teus conterrâneos que olhavam a arquitetura de algumas fábricas de S. Paulo com o embevecimento com que eu contemplo a Sé Velha". A evolução que fez somar as tradições ameríndias, africanas, japonesas, alemãs, italianas, entrelaçadas com as portuguesas fundadoras da unidade territorial e política de uma das emergentes grandes potências do passado colonial, foi assim de longe prevista, e até como que prefigurada, pelo apaixonado observador que era Miguel Torga.