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Se todos os livros são uma viagem, este Bebedor de Tisanas é uma viagem completa, com paragens, volta e tudo. O poeta viajante intenta perceber cada estação do princípio ao fim da linha e retorna ao início, que, aliás, nunca perdeu de vista. Uma viagem-vida. Numa cronologia evidente, as três partes do livro marcam essa divisão temporal (podia ser um romance sem flashback), antecedidas de um prólogo em verso que é uma «teoria geral» da poesia, também em prosa, aqui presente.
Livro feito de infâncias, memórias de pores-do-sol, cheiros, risos, figos, tangerinas, regatos, viagens, desamores e de erotismos mitigados.
Se o livro parecer autobiográfico, o poeta não nega que assim seja, ao menos parcialmente. Como reconheceu José Jorge Letria perante o livro Adágio, Romanza e Grave, «a poesia de Américo Brás Carlos é intensamente autobiográfica». Mas não o são todas, ainda que neguem?
Este Bebedor de Tisanas mantém alguns dos traços apontados aos livros anteriores. A ele regressa «o ludismo tocado pelo humor grácil» assinalado por Teresa Carvalho em As Flores Brancas do Frangipani; nele se privilegia «a emoção, ingrediente número um da poesia» nas palavras de A. M. Pires Cabral a propósito de Adágio, Romanza e Grave; e a ele volta a «felicidade perfeita da infância» referida por Ana Luísa Vilela em Pais e Filhos, Avós e Netos, em Versos Discretos.
Tânia Dias Carlos